Para segurar o ímpeto dos chilenos, Vanderlei Luxemburgo promoveu a entrada do jovem volante Souza no time que iniciou a partida ao invés do ponta Willians, que ficou como opção para a etapa derradeira. Ao lado de Pierre, o ruivinho teria a missão de fechar o meio-de-campo alviverde. Também reserva, Wendel começou jogando, deixando o criticado Fabinho Capixaba de fora. Com as mudanças, Luxemburgo fez com que Diego Souza ficasse livre para flutuar pelos lados do campo, aproximando-se de Keirrison, único atacante do time.
E deu certo. O perigoso colombiano Macnelly Torres, principal articulador do Colo Colo, saiu machucado com 16 minutos de jogo. Em noite discreta, o também perigoso Lucas Barrios esbarrava nos bravos zagueiros verdes em todas as suas tentativas. Rodrigo Millar, Carranza e Figeroa, as outras válvulas de escape dos “Índios”, também não produziam nada. A essa altura os chilenos estavam perdidos em campo.
Aproveitando-se da fragilidade da defesa cacique, o Palmeiras foi para cima do gol defendido por Muñoz. Na primeira investida, Cleiton Xavier desviou para fora um cruzamento de Armero na pequena área. Depois foi a vez de Keirrison colocar uma bola no travessão e outra na trave direita do arqueiro chileno. O Palmeiras tomou conta do 1º tempo. O gol era questão de tempo na 2ª etapa. Inicialmente, não foi o que aconteceu.
Willians voltou na vaga de Wendel com o intuito de partir para cima de Riffo, que cobria o lado direito do ataque alviverde, mas foi o Colo Colo que iniciou o 2º tempo com tudo. Para piorar, Marcão foi expulso aos 17 e Pierre saiu machucado pouco antes, dando lugar a Evandro. Ali as coisas começavam a ficar complicadas para o Verdão.
Em sua última cartada, Luxa colocou o paraguaio Ortigoza (sim, o Coalhada do Palestra!) no lugar do machucado Diego Souza, que sentira-se mal depois de uma disputa de bola pelo alto. Willians ainda fez Muñoz trabalhar com um potente chute de direita, e Maurício Ramos cabeceou uma bola por cima da meta chilena. O desespero e a atmosfera desanimadora começaram a rondar os jogadores palmeirenses e os seus reservas. Foi quando Cleiton Xavier deu as caras.
Aos 42, o camisa 10 recebeu um passe, dominou e percebeu que estava cercado por 3 adversários. A uns 30 metros do gol, procurou um companheiro desmarcado para dar prosseguimento à jogada. Sem sucesso, limpou para a perna direita e soltou uma bomba. Golaço. Um chute primoroso que morreu no ângulo esquerdo de Muñoz. Como mesmo disse Luiz Antônio Prósperi, “foi o gol da vida”. A Libertadores continua para o heróico Palmeiras, campeão em 1999 com Luiz Felipe Scolari.
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